segunda-feira, 23 de junho de 2014

Na Estrada Denovo, Parte I


Nada foge da normalidade.
Reduzir a velocidade dos sentimentos
só pra ver exposta tua fragilidade.


Contra sorte não tem preventivo.
Comprei convencional,
viajei de executivo.


Andar nas ruas não é nada.
Bonito mesmo é som do mar
e ver o sol nascer na estrada.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

03:53

Nada mais efêmero e transitório que a nossa ilusão sobre o que é e o que seria o hipotético "fundo do poço".
O fundo do poço não tem lugar, o poço não existe, e essa metáfora toda soa bem errada.

Se definirmos o "fundo do poço" como um adiantamento na nossa inevitável marcha de nascimento-convalescença-envelhecimento-morte, bom, então o tal do fundo do poço continua sendo bem evitável.

Mas e se definirmos como "fundo do poço" a quebra de algumas condições psicológicas (ou psicossomáticas, dependendo do caso), quebras que levariam a um adiantamento do perecimento do corpo? Bom, daí nos expandimos muito mais os horizontes e criamos um espectro muito mais amplo sobre o tal do "fundo do poço".

Ah, sejamos existencialistas por um instante e vamos parar com essa história toda. Vamos estabelecer o "fundo do poço" no nosso fim das atividades metabólicas, no fim das nossas efemérides heroicas e do fim de nossa vida carnal como um todo. Morrer é a hipótese de "fundo do poço" mais simples e abrangente, o resto é tudo bobagem.

E, bem, convenhamos, viver vivão e são das idéias e seguir firme e tranquilo até a velhice é um negócio que a nossa espécie está fazendo com maestria nesses últimos séculos. Sim, ainda tem muito o que melhorar, mas essa é uma discussão sobre nós enquanto indivíduos e não de nós enquanto espécie. Essa é uma discussão sobre como espantar os fantasmas destes possíveis "fundos do poço".

FUNDO DO POÇO
PROFUNDO
DOPOÇO
PROTEJO
TENTO
PREFIRO
REFIRO
SUSPIRO
SUSTENTO
SUSPENDO
LAPIDO
SER BRUTO
.
SOU FUNDO
NO
TUDO
QUE
POSSO.


terça-feira, 10 de junho de 2014

Inemancipável

Mensch:
Chore pela tua solidão,
Cante para tua redenção.
Interdependetemente aflito
Ao perceber a natureza do conflito.

As tristezas fecham o arco

Individualidade é ilusão.
Buscamos aprovação
e estamos todos no mesmo barco.

Maschine:

Homo sapiens
Homo ludens
Homo electrum

Do machado a enxada

Do carinho ao moinho
Da espada a palavra
Dos seixos aos códigos
Dos espelhos ao espectros.
Sendo assim impertinente
Só digo estamos cada vez mais dependentes
Em absolutamente todos os aspectos.

Abschluss:

Humanos dependem de humanos e todos os humanos dependem de ferramentas. Poucos são os humanos que tem pleno domínio das ferramentas. Nenhum é o humano que não depende de outros humanos. E a gente não tem o menor controle sobre isso. A individualidade e a emancipação completa jamais se darão pela supressão do uso de ferramentas e pela exclusão do convívio social.