sexta-feira, 13 de julho de 2012

Feridas e Caminhos

Sexta-feira. Ultimo dia de aula antes do recesso de Inverno. Hoje estreia o melhor filme do ano.
Lá pelas quatro horas saio de casa. Boina na cabeça, jaqueta e sapato social. Sim, hoje era um acontecimento importante.
Antes disso passei no colégio devolta. Tinha uma duvida que precisava ser sanada. Bem, digamos que a duvida foi devidamente respondida... Agora duas semanas de consciência tranquila podiam se apresentar!
Saio na rua. Florianópolis, oh Florianópolis. Ilha lindíssima, com toques bizarros e nome de ditador!
Chego na artéria coronária da cidade, a monstruosa Avenida Beira-Mar. O filme do On the Road ia passar na estreia somente num shopping lá longe, me avisaram q era no final da Beira-Mar...
Fui caminhando reto. Semana que vem vou pra Curitiba, preciso aquecer minhas pernas.
Fui caminhando lento. Vendo toda a extensão da Beira-Mar. As praças, as velhas caminhando, as não-tão-velhas querendo perder as pelancas, os casais. Fim de tarde de sexta-feira, até que tinha pouca gente lá. O panorama da Baia Norte, os morros, o mar, as praças. O fim-de-tarde-quase-noite...
Passado um tempo eu passo por um mangue na margem da avenida. Como que eu nunca vi aquele mangue gigante ali??? Olinda? Recife? Que nada, tinha um mangue caricatamente pernambucano numa das zonas mais movimentadas de Florianópolis e eu nunca percebi!!!
Anoitece, ficou frio. Passei o terminal do Trindade. Acho que nunca caminhei tanto ininterruptamente em trecho urbano... Apesar de estar de sapato social, mas sinto meus pés doerem.
Chego finalmente no shopping, compro meus ingressos. Sento num banco depois pra ver como meu pés estão. Contagem: duas bolhas, uma no garrão esquerdo e outra num dos dedos do direito. Até que foi pouca coisa...
Fui o primeiro a entrar na sala de cinema. Ir pro cinema sozinho é uma coisa tão estranha e ruim... (ainda mais com uma pessoa na cabeça)
O filme começou. Não vou aqui fazer critica nenhuma mais completa. Só digo que, apesar das falhas e da omissão de certas partes, ficou um filme bem fidedigno ao livro!
Termina o filme. Saio da sala de cinema e vou refletir na rua...
Acho que por isso nada comigo da certo. As coisas não dão certo porque elas não terminam. Acho que não gosto do ponto A ou do ponto B, mas sim de ir do ponto A ao ponto B sem nunca chegar no ponto B...
Nossa, tou pirando errado. Nessas horas que o Japa faz falta! Alguém pirando errado e vendo filmes com pira errada! O Japa é o unico beatnik puro atual que eu conheço!
Frio na rua, cabeça cheia. Meu pai chega pra me dar carona no heroico Voyage azul-tampa-de-panela.

E as luzes da cidade queimam, queimam como candelabros romanos durante a noite!

Um comentário:

  1. Porra...tu viu sozinho?!!
    Cara, um viajante solitário em floripa... to com muita vontade de te dar um abraço agora.
    AH! Tu vai se sentir decepcionado, mas eu não li o on the road, ainda to esperando uma grande viagem. Mas em compensação estou vivaço com allen!
    E pare de pirar errado, isso é falta de expressão, e sem expressão não há reflexão, então pegue uns trechos do uivo e leia-o em voz alta! O amargo é bom as vezes...

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