sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Aos Ciganos Pós-Modernos

Acho que me desacostumei com a ideia de viver muito tempo no mesmo lugar.
Minha família mudou de cidade muitas vezes em um determinado período de tempo. Me vi pular de cidade em cidade com rapidez estafante. Agora me preparo para mais uma!
Agora vou eu sozinho, voltarei pra terra onde nasci, Porto Alegre. Porto Alegre, Porto Alegre, a Joia do Guaíba, a metrópole decadente que hoje vive as glórias do seu antigo passado. 
Voltar para lá me faz lembrar que sou gaúcho. Me faz lembrar que ser gaúcho não é somente beber água quente com erva moída e conjugar os verbos de modo diferente. Ser gaúcho é fazer evocar antigos sons do passado que ecoaram por todas aquelas terras, é ver que o ambiente pode mudar teu modo de pensar (na real acho que me uso do bairrismo só pra me encontrar em alguma identidade nacional ou alguma coisa do gênero).
O povo gaúcho é bruto entre os brutos e fino entre os finos, e o clima gaúcho vai do frio extremo no inverno ao calor escaldante no verão. Esses dois fatores fazem do gaúcho um espécime muito adaptável, tanto que existem gaúchos espalhados pelo Brasil todo em grande número. Mas o que todos esses emigrantes tem em comum é um desejo de voltar para debaixo do céu azul do Rio Grande. Muitos, de fato, voltam. 
E eu estou voltando! Meus planos indicam uma estadia de aproximadamente cinco anos, o tempo de concluir meus estudos e me iniciar nos caminhos da ciência. 
Cinco anos em Porto Alegre, e depois?
Depois só o Destino dirá! Unica certeza que tenho é que não morarei mais lá! Peguei gosto nessa arte da estrada! Motores a combustão interna, fibra ótica e satélites me fazem ver que o mundo pode ser um pouco menor do que os quilômetros que separam os corpos. O mundo é grande e eu ainda sou jovem, e daqui a cinco anos continuarei sendo jovem. 
Talvez volte ao litoral catarinense, talvez volte aos planaltos do Paraná, talvez me embrenhe nos rincões mais perdidos do Rio Grande, talvez seja um lugar totalmente novo. O mundo é grande, grande pra caralho.
A mudança não é uma fuga, mas sim o destino natural dos povos pós-modernos.
Ironicamente, 7.000 anos de vida sedentária resultaram numa sociedade que pode comportar o nomadismo sem nenhum problema!


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