sábado, 3 de maio de 2014

Biologia III

A beleza que vemos na Natureza permite imaginar uma hipótese interessante.
A contemplação da Natureza e alguns outros momentos bem específicos da vida tem um grau de sublimidade que vai além das nossas experiência habituais.
Bom, a hipótese é a seguinte.
E se a beleza que vemos na Natureza for o fascínio que ela tem ao ver ela mesma?
Somos partes integrantes desse sistema, mesmo se negarmos piamente e mesmo se aceitarmos os doze mil de anos de filosofia eurasiana que prega a dicotomia homem/natureza, somos parte dela sim.
E nós somos parte dela.
E ela é parte de nós.
E nós somos a mesma coisa.
E quando eu a vejo ela se vê.
E ela vê o quão bonita ela é.
E eu tenho a sensação de contemplação mais maluca do mundo.

Sei que olhar a extensão do Oceano Atlântico de cima dos rochedos de Imbituba não foi uma experiência pura e simplesmente dos meus olhos, nervos e sinapses. Muito menos admirar diatomáceas num microscópio. Muito menos ver a terra vermelha de Minas e suas colinas. Muito menos ver os campos de cima da cerra com suas araucárias e sua imensidão de terra verde e limpa e infinita. Sei que não era só coisa dos sentidos me abrigar embaixo de uma cachoeira em Maquiné, nem correr nas areias brancas de Florianópolis, muito menos acordar e me perder naqueles olhos azuis-escuros...

A beleza da Natureza vai além do mero sistematismo científico e da percepção fria das coisas.

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