quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Analisando Beatles-The Beatles (o Branco) (1968)

The Beatles:
Uhul. Voltando para as análises. Então, depois de uma longa estada na Índia, foram produzidas dezenas de músicas, e se pensando em fazer um álbum grande, foi feito o The Beatles (30 músicas 0o). Da para perceber que é um álbum variado pra caramba, passando um pouquinho por cada estilo.Com este álbum da pra perceber as gritantes divergências das composições (Harrison com uma introspecção sarcástica, Lennon com experimentalismo e letras incisivas, McCartney com suas baladinhas comerciais e rock'n'rolls surpreendentemente bons e Ringo....com sua primeira composição própria...). Bem, aproveitem, porque esse me deu trabalho...


Back In The USSR:
Uhuu. O a música tema da Revolução Que Não Deu Certo (piada interna).  Brincando com músicas de Chuck Berry, Beach Boys e todo esse povinho que fazia sucesso no Oeste. Pianos, guitarras, palmas, tudo muito bom e épico (essa música me arrepia). Capaz de fazer qualquer um sair por ai gritando a letra. Mas largamos do russo que quer voltar pra pátria (jóia de McCartney) e vamos pro carinha que quer a garota por perto (jóia de Lennon). E tudo num fade-in de avião...


Dear Prudence:
MEDEUUUS!!!Essa música é MUITO LINDA!!! Com um edilhado lindo (que eu sei fazer no violão, me sinto tão foda por isso) um baixo genial e um vocal de Lennon que pode te fazer chorar. Contando o desejo de ver uma garota la fora, junto com todos os outros num acampamento.  Foi composta de fato para uma Prudence, Prudence Farrow (irmã da Mia Farrow), que não queria sair da barraca, dai Lennon toca essa música do lado da barraca, acha legal e coloca no álbum, certo ele!!! Linda de morrer essa musica, flautas, palmas, solos.... (saudades de andar na rua cantando ela...)


Glass Onion:
Cebola de vidro, tenha medo. A letra, a ate mesmo o estilo da música tem um que de grande parte das músicas dos Beatles, parece até uma piada interna... Com um puta apelo psicodélico (provavelmente a ultima)  Com uma bateria muito boa e efeitos de guitarra e um violino descendente no final fazem essa musica muito boa.


Ob-La-Di Ob-La-Da:
.......Tem que falar dessa?........Na boa, preciso comentar isso?.......Prafuder hein. Desculpa o termo. Inegavelmente o cravo fofo e bonitinho, vocais empolgantes e otimistas, maracas, tudo encaixado num tom de reagge ska e tudo mais. Mas, vamo combinar, é uma merda....Com isso, se termina uma das partes mais deplorável do álbum. (Mas sou obrigado a adimitir que essa musica me anima...)


Wild Honey Pie:
Rwwan. Torta de mel selvagem, como essa idéia me assusta, imagina como seria absurdamente doce uma torta de mel, e ainda tentando selvagemente te atacar. Ok, voltando a música. Esta curta faixa experimental usa guitarras com efeitos duplicados de som, um solo constante com cordas puxadas ao máximo e o constante grito de Honey Pie!!! Dai acaba...


The Continuing Story of Bungalw Bill:
Hmmm, muito interessante sua critica, Lennon. Durante do retiro na Índia um grupo de colegas (ou de idiotas, como preferir) saiu para caçar tigres, alegando que era tradição do pais. primeiro mata animais, e posa pra fotos como herói, depois medita e lava a alma perante aos Deuses.” (Lennon). Uma faixa bastante diferente pois Yoko canta na terceira estrofe (amo ela, não seu porque todo mundo odeia). Com instrumentação bastante legal e um ritimo super-bonito. Uma das minhas preferidas.


While My Guitar Gently Weeps:
NOOOOOOOOOOSSAAAAA. A Faixa! Épica em cada um dos seus 4:45 minutos. Piano muito lindo e o Eric Clapton solando junto com o Harrison!!! Este ultimo sai um pouco das piras indianas e psicodélicas e vai pro seu instrumento original: guitarra. Com um ritmo que encaixa com o de passos e..e..nossa, sem palavras. Cheia de filosofasões e mensagens, capaz de fazer qualquer um cair numa solidão pensativa, unica, inicialmente subestimada, atualmente idolatrada...(ouvir ela no fone num dia de chuva sem guarda-chuva é a coisa mais épica que tu vai fazer na vida.) Parabéns denovo Harrison...


Happiness Is a Warm Gun:
Wow! Da filosofia à critica social de uma faixa pra outra...Três músicas de Lennon foram unidas, gerando uma mudança de compassos muito caracteristica (4/4, 3/4, 6/8, 4/4 e termina 6/4). Depois do papo de músico, papo de gente. A musica para alguns recorre ao antigo vicio de Lennon, a heroina (a arma seria a seringa). Inspirada num comercial da Colt com a absurda frase do título. Uma critica realmente interesante. E tudo terminando épicamente num "tiro" dado na bateria.


Martha My Dear:
Ta bom, depois de uma puta critica social, vem o McCartney fazendo musica pra cachorrinha dele (¬¬). Eu disse que falaria de Martha depois. Bem, ela tem um piano realmente muito lindo. Além de cordas e sopros que dão um toque especial a esta faixa. Bem, cachorros são burros, mas podem ser uma ótima inspiração musical. 


I'm So Tired:
É uma faixa, digamos, descepcionante. Depois de sair de uma sequencia de musicas épicas e cheias de vida, vem esta, insossa e sonolenta. Como inspiração, o amor insone, que não te deixa dormir e que te faz levantar, pronto para compor (isso é fato, pois acontece direto comigo e realmente funciona).  Ela da uma subida de ânimo no final, mas termina mesmo com umas gravações ao contrario de Ringo falando alguma coisa...


Blackbird:
Estamos em 68, entrando nos 70. O Flower Power entra no áuge, mas o Black Power também rola solto, e Luther King e seus sonhos levam esperança ao povo negro do sul dos E.U.A. E, nessa mesma onda, McCartney resolver fazer esta musica pra dar uma mão ao movimento. Com um tom bem simples e otimista ela se arrasta numa batida de metrônomo, e acaba com o passarinho preto alçando voo e cantandinho (bem, pra falar verdade é um meltro preto da Flórida, mas não vem ao caso)


Piggies:
OPA! Harrison volta com as criticas sociais, agora com os porcos capitalistas dos burgos londrinos. Com um ritmo de música para criança, usando harpas e cravos, gerando um tom meio "sou civilizado", uma referencia há nobreza medieval. Além de voltar épicamente com uma orquestra e um encaixe de fitas alá-Lennon, que também faz os grunhidos de porcos (Ha! Viu Marcus, não só tu que tem essa habilidade.)


Rocky Raccon:
Chega de nome de bichinhos (pássaros, porcos, guaxinis). Mas tem meio nada a ver com o nome. Rocky Raccon é na verdade um cowboy velhoéstico. Inspirada nas músicas história de Jonnhy Cash, como sendo um caowboysão traumatizado por sua amada ter lhe deixado, por isso sai por ai atirando em todo mundo. Ah, essa música usa gaita, coisa não usada faz tempo, além de um piano super divertido. Eu curto...


Don't Pass Me By:
PRIMEIRA composição inteiramente de Ringo (Wath Goes On tem só participação). Tendo uma linhagem simples e um fundo mega divertido e fora de série, com sininhos e tudo. Mas o que mais marca esta faixa é o violininho praticamente esmiuçado a música inteira. Bem Ringo, vale por ser sua primeira. Seila é divertida.


Why Don't We Do It in the Road:
Uma faixa curta e pesada pra caramba. Com duas frases repetidas a exaustão e um tom bem "sou mau". Afinal de contas, pense o que quiser de "por que não fazemos isso na estrada"... Com uma guitarra escondida bem legal e um piano bem motoqueiro cinquentista


I Will:
Uma faixa curta e leve pra servir de antidoto pra sexual faixa anterior. Falando de como ele vai ser legal pra amada e papapa. Ao som de um violãozinho dedilhado. Uma canção BEM McCatney, pouco a se dizer..


Julia:
Uma balada de Lennon muito linda, que junta elementos de poesias libanesas, contos do Japão e um violão que lembra demais Dear Prudence. Era de se esperar que saisse linda, pois trata de assuntos lindos. Letras sobre sua própria mãe tendem a sair lindas. Valendo-se de  sua simplicidade, ela encerra a primeira parte do álbum.


Birthday:
Unica faixa composta por Lennon e McCartney juntos. E deu muito certo, realmente muito certo. Composta durante a festnha de aniversário da mulher de Harrison, como um meio mais barulhento de cantar Feliz Aniversário. Com uma bateria pesada e psicótica, um riff de guitarra super-genial e os vocais de Yoko, Lennon e Patti (mulher de Harrison). Ótima faixa.


Yer Blues:
Wow! Wow, wow, wow! Tenha medo. Um blues suicida, com mensagens depressivas, solidão profunda e deveras pesadona. Enquanto blues, ela é muito foda (foda, essa é a palavra que define essa música). Com uma bateria mega pesada, um ritmo explosivo, sons acidentalmente de fundo e que dão um tom de gambiarra, além de referencias a músicas de Bob Dylan. Muito foda mano!


Mother Nature's Son:
Com uma mensagem muito lindinha, foi uma tentaiva falha de McCartney fazer uma "Dear Prudence" (não chega nem aos pés). Mas é uma linda faixa, com um tom simples e bucólico, quase pastoril (arcadismo?). Além de leves tons em metais, que dão um toque muito genial dela. Ponto pro McCartney.


Everybody's Got Something to Hide Except Me and My Monkey:
Nome comprido pra caramba, né? Seu nome original era "Come on, Come on." É uma musica de Lennon criticando a idéias (ridícula) de que Yoko roubava seu talento igualmente que um macaco roubava comida. (Ja falei pra vocês que eu amo os Beatles e a Yoko ao mesmo tempo?). Voltando a música. A faixa é um rock bem pesado e frenético, parecendo o ritmo de uma sirene de bombeiros (tem até uma tocando no meio). Curto essa demais.


Sexy Sadie:
Uma das poucas composições de Lennon no piano, mas ao invés de ser uma baladinha bonitnha, não. é uma critica ao um fato bem desagradável. Lennon saiu do retiro na Índia porque havia boatos que o guru chefe estava seduzindo as participantes e mantinha relações sexuais com suas dicípulas. Mas, musicalmente falando é uma faixa muito bonita, com solos e pianos bonitnhos (me lembra Let It Be...)


Helter Skelter:
AAAAAHH!!! Nem parece coisa do McCartney! Uma barulheira desorganizada, suja, feia, linda em todos seus 4:30 minutos. Usando guitarras distorcidas, gritos desesperados, sopros sem sentido, brinquedinhos de criança e Lennon brincando com um saxofone (coisa que nunca tinha feito na vida). Como em outras músicas, ela morre e volta do nada. E cada vez mais barulhenta! Brincando com o recém surgido punk britânico. Uma faixa muito doida! Amo ela! I'VE GOT BLISTERS ON MY FINGERS!


Long, Long, Long:
De chorar de tão linda. Coisa do Harrison, fazer o que. Uma reflexão filosófica sobre Deus, a vida, universo e tudo mais. Usando acordes simples que fluem extremamente bem, um tom sussurado, mágico, lindo, hipnótico. A música que tu espera escutar quando tu ta indo pra luz... Com uma bateria linda e um refrão explosivo e poético. Além de um final fantasmagórico tocado em algum instrumento indiano desconhecido, capaz de arrepiar qualquer um. (Minha interpretação dela: Nunca conseguiremos saber tudo e chegarmos ao nível de um Deus, e se só saberemos quando livrarmo-nos do corpo físico).


Revolution 1:
Versão original da conhecidíssima "Revolution", só que mais lenta, leve, ritimada e bonita. Não é uma música, é um hino para muita gente. Composta durante o turbulento ano de 68, Guerra do Vietnão rlando a toda, protestos estudantis de Paris e tudo mais (encaixou perfeitamente no Brasil). Com uma batida que lembra um blues e metais épicos. Música ótima, letra ótima, mensagem ótima. Minha preferida, e viva a paz...


Honey Pie:
Depois dessa obra-prima de Lennon, vem esse troço ridículo. Coisa do McCartney (¬¬). Bem tosquinha e bonitinha, contando a história de uma Inglesa que se mudou pros EUA e virou estrela de cinema. Com um tom mega anos 30, parecendo som de rádio. Clarinetes muito legais, mas meio, insosa em sua totalidade...


Savoy Truffle:
Ultima contribuição de Harrison para o álbum. Muito boa! Com um ritmo de relógio que remete a Good Morning Good Morning. É uma provocação direta de Harrison para seu amigo Eric Clapton, mandando ele parar de comer doces. A letra é cheia de nomes de doces, e os metais e o orgão dão um tom ácido a esta doce música, recomendo.


Cry Baby Cry:
Uma brincadeirinha de Lennon com as fábulas infantis. Com uma letra bem sentindo, remetendo a um sonho que vira pesadelo (Alice???). Bem, com pianos bem ritmados e um orgão eletronico que soa igual a um acordeon. É uma faixa muito boa. Mas tem coisa estranha no fim.


Can You Take me Back:
27 SEGUNDOS!!! É O TEMPO DE DURAÇÃO DISTO! É uma baladinha tosca do McCartney, sem nada de especial, e só Papai do Céu sabe o porque dela tar no álbum! Tenham medo. AH! Depois disso vem coisa estranha......... realmente muito estranha........estranha pra caralho!


Revolution 9:
Quando eu digo que isso é coisa estranha, eu não estou mentindo...Ela ja me causou graves pesadelos, com um tom sombrio e tenso. É uma colagem de fitas perdidas, sons aleatórios, corais, orquestras ao contrario, explosões, batidas, criança chorando, multidões, barulhos de protesto, conversas, solos perdidos, e palavras sem sentido. É uma faixa sem música, um monstro de 8:23 minutos, um Stockhausen mais degenerado. Muito tensa, muito feia e muito fascinante, escutem ela, e me digam o que acham aqui nos comentarios...


Good Night:
Dês do Revolver que os Beatles fazem finais épicos pros seus discos (Tomorrow Never Knows, A Day in the Life, All You Need is Love) e com o Branco não seria diferente. Lennon compôs esta música para seu filho Jullian (de seu outro casamento). Uma canção de ninar absurdamente doce e hollywoodiana, com um vocal solo de Ringo, capaz de te fazer esquecer o pesadelo da faixa anterior. Terminando com Ringo te mandando dormir, esta magnifica música encerra a obra-prima que é este álbum.


Prontocabou. Este post imanso fala de um álbum imenso e demorou uma semana pra ser feito. Próximo é sobre o Yellow Submarine, hein.


Boa Sorte....

2 comentários:

  1. Putes que post enorme, mas totalmente crítico e completo, tem que continuar, e sobre a aposta, está desfeita.

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  2. Legal, Boa analise, pensa que você não ia botar a Can You Take me Back, e nem sabia que tinha nome x.x
    Savoy Truffle é realmente muito boa!

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