terça-feira, 11 de março de 2014

Biologia-II


O Sol quente caindo pela janela,
E os mosquitos picando a canela...

O tédio completo alcança níveis excruciantes
E as certezas de agora divergem das de antes

A caminhada é longa
A rotina é uma outra
A comida é pouca
E o vento sopra contra.

Prefiro acreditar na força dos meus braços
E no passar dos dias
Pra fazer brotar vida nestes solos escassos.

A força dos ideais sempre ressurge,
mas é complicado andar descalço na urze
para quem passou vida inteira na urbe.

O homem moderno tem ideias muito erradas de o que é a Natureza. Para o homem urbano é fácil encarar ela com desprezo ou com fascínio, pois é algo abstrato a sua realidade cotidiana. Só digo que é perigoso ver ela como um paraíso na Terra... 

Mas sou um hipócrita ao falar isso...
Por que ainda vejo tudo sob filtros românticos
Vendo equilíbrio e sílfides e cânticos
Onde na verdade só tem mato...
Lá precisa-se perder o tato
os gostos e confortos
a viver como os Espartanos.

Mas não adianta...
Passam-se os dias
Passam-se os anos
E eu continuo russeauniano!


Nenhum comentário:

Postar um comentário