sábado, 26 de setembro de 2015

A Seção Maldita




Aumente as distorções,
corte os cabos e queime as pontes
essa é a seção maldita,
a que começa depois da meia-noite.

Chame a verve de todos os medos,
os fungos cobrem os corpos
o sangue escorre dos ferimentos
o vento frio é um açoite.
Essa é a seção maldita
que começa depois da meia-noite.

Teus gritos não serão ouvidos
E os dentes criam as cicatrizes
no coração dos atores e atrizes
Teu golpes não serão sentidos.
Pois já passo da meia-noite
e esta é a seção maldita.

O véu negro da noite dos vermes
A alma branca do eterno dos ossos
Idolatre as estatuas inertes
e as estrelas e buracos negros.
Hoje é Lua Cheia à meia-noite
e esta é a seção maldita.

E deixam de soar os tambores
e tudo volta de leve ao normal.
Isso é a ilusão dos teus temores
Que venha o coro virginal
das ideias puras do fundo da alma
que retomam a vida e a calma.

Nada era real e nada era mentira
Acaba o som, ascende a luz.
Passou da meia-noite
e está acaba a seção maldita.


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